domingo, 1 de fevereiro de 2009

Em janeiro, Curitiba foi a capital brasileira da música

Com 22 dias de programação, 63 espetáculos oficiais e dezenas de apresentações paralelas, a 27ª edição da Oficina de Música coloca Curitiba no roteiro dos mais importantes festivais do Brasil e da América Latina. Realizada de 7 a 28 de janeiro, a Oficina de Música movimentou a cidade, garantindo uma programação cultural intensa, que ocupou teatros, bares, parques, igrejas e outros espaços culturais. Promovida pela Prefeitura Municipal e Fundação Cultural de Curitiba, a Oficina de Música contou com o patrocínio do HSBC. Os 101 cursos de música erudita, música antiga, MPB, blues e música eletrônica reuniram um total de 1443 alunos e 113 professores, que vieram de todas as partes do Brasil e de diversos países - Portugal, França, Espanha, Polônia, Alemanha, Holanda, Itália, China, Uruguai e Argentina. Os concertos contaram com um público de aproximadamente 20 mil pessoas. Os ingressos a preços acessíveis e solidários permitiram a arrecadação de mais de seis toneladas de alimentos, que serão entregues a entidades sociais. De acordo com a diretora geral da 27ª Oficina de Música de Curitiba, Janete Andrade, a receptividade do público demonstra que o resultado foi bastante positivo. "A participação do público foi excelente, os shows foram muito elogiados. Tivemos muitas programações simultâneas, e mesmo assim os espetáculos estiveram sempre lotados", conta Janete. A vinda de professores estrangeiros, verdadeiros mestres internacionais em seus instrumentos, atraiu uma platéia diversificada. Mas a participação desses artistas tem uma função estratégica importante. "Uma das características da Oficina de Música é a de oferecer aos jovens estudantes de música novas perspectivas para suas carreiras. Para eles é importante conhecer nível técnico oferecido em conservatórios europeus e norte-americanos", diz Janete. Por outro lado, a presença desses professores - tanto os estrangeiros como os brasileiros que atuam no exterior - garante a visibilidade dos talentos locais. "Podemos considerar que essa foi a Oficina da maturidade", avalia Janete Andrade, lembrando que a própria organização do festival alcançou um nível de excelência. Novos canais de comunicação foram utilizados para a divulgação do evento. A comunidade pôde acompanhar tudo o que aconteceu diretamente pela internet. Sites, blog, flickr, youtube, twitter e orkut mostraram as notícias, fotos e vídeos dos bastidores, dos concertos, dos alunos e professores participantes dos cursos. Para o presidente da Fundação Cultural, Paulino Viapiana, a Oficina é um dos eventos musicais mais importantes do país. Ele destaca que "a organização da próxima edição começa imediatamente, com a direção do festival estando atenta às novidades do universo musical." Buscar parcerias com outros festivais internacionais e ampliar as atividades da Oficina junto à comunidade dos núcleos regionais de Curitiba também estão entre os projetos para janeiro de 2010." Em toda a cidade - Com a maioria dos cursos de música erudita, popular brasileira e de blues sediados no Colégio Estadual do Paraná, a Oficina de Música também ocupou a Capela Santa Maria, o Teatro SESC da Esquina, o Canal da Música e o Teatro Guaíra. As aulas estenderam-se aos bairros, com a oferta de cursos nas Ruas da Cidadania Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Pinheirinho, Santa Felicidade, Fazendinha e Cajuru. Entre as novidades desta edição estiveram vários professores estrangeiros que participaram do festival pela primeira vez: Bruno Borralhinho (Portugal), Laura Ruiz Ferreres (Espanha), Pierre Dutot (França), Marian Sobula (Polônia), Jacques Ogg (Holanda), Gabriele Mirabassi (Itália) e Nicola Krassic (França). Muitos brasileiros também estrearam como professores na Oficina, entre eles Isaac Duarte, Fábio Cury, Alessandro Penezzi e Thiago do Espírito Santo. O conjunto Ensemble Mediterrain, da Alemanha, foi uma das atrações internacionais da primeira fase, que abriu com um concerto da Camerata Antiqua de Curitiba e encerrou com a Orquestra Sinfônica formada por alunos da Oficina, num concerto memorável que teve regência de Osvaldo Ferreira e solo do violinista chinês Yang Liu. A segunda fase, com vários shows de MPB, blues e um festival de música étnica, terminou nesta quarta-feira (28), contemplando o viés latino-americano do festival. A última apresentação esteve a cargo do conjunto América Contemporânea, que reúne nove músicos de seis países da América do Sul - Brasil, Bolívia, Chile, Peru, Venezuela e Argentina.

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